Grandes Heróis Católicos: Santa Teresa d’Ávila

 

 

Santa Teresa de Ávila é unanimemente considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos. Sua festa transcorre no dia 15 deste mês.

Extrema humildade de uma Doutora da Igreja

“O fato de ter pais virtuosos e tementes a Deus, e de ser tão favorecida pelo Senhor, bastar-me-ia para ser boa, se não fora tão ruim” — confessa ela com humildade no início de sua autobiografia1, que muitos consideram só encontrar paralelo nas Confissões, de Santo Agostinho.

Realmente, seus pais — D. Afonso Sanchez de Cepeda e Da. Beatriz de Ahumada, com quem este se casou em segunda núpcias — “estimavam a virtude, e tinham muitas”. D. Afonso, “de muita caridade com os pobres, piedade com os enfermos e bondade com os empregados, […] era homem de grande retidão, […] honesto em extremo”. Ao passo que“minha mãe […] era de grande honestidade, […] de trato ameno e bastante inteligente” 2. Esse elogio, na boca da futura Doutora da Igreja, tem muito peso.

Terceira dos nove filhos do segundo casamento de D. Afonso (que do primeiro tivera uma filha e um filho3), Teresa nasceu em 28 de março de 1515. Inteligente, alegre, viva, dotada de um coração de ouro, com capacidade de se adaptar a qualquer temperamento. Ela mesma o reconhece: “o Senhor me deu esta graça de agradar a todos, onde quer que esteja, e assim era muito querida”. O que a tornou logo a precoce confidente da mãe e a preferida do pai e irmãos.

Martírio, Cruzadas, Cavalaria

Da. Beatriz, desde cedo, a iniciou na vida da piedade, especialmente na reza do rosário e na leitura de livros religiosos — que era então o único gênero que entrava naquele lar. A vida de santos e o modo como conquistaram a coroa do martírio empolgaram Teresa. Aos sete anos convenceu um irmão, um ano mais moço, a irem ambos para a terra dos mouros em busca do martírio, o que revela também sua admiração pelas Cruzadas.

Fracassado esse plano infantil, pensou em ser eremita no jardim de sua casa. Ávida leitora, por volta dos 12 anos começou a ler, a exemplo da mãe, livros de cavalaria. Com o seu dinamismo e entusiasmo pelos grandes feitos, Teresa afeiçoou-se a eles. Mas em sua mente de adolescente, com a fantasia cheia de heróis, damas e castelos, não manteve o necessário equilíbrio e foi decaindo de seu primitivo fervor. É o que ela qualifica “tempo de minhas leviandades”. Mas não foi longo, pois, falecendo-lhe a mãe quando tinha 14 anos, Teresa entrou como interna no mosteiro das monjas agostinianas. A influência de uma delas, “muito discreta e santa” e de grande nobreza de sangue, foi fazendo com que“minha alma começasse a voltar aos bons costumes de minha meninice”.As cartas de São Jerônimo levaram-na a tornar-se freira. Era sua vocação ser uma verdadeira “cruzada” da mística e da vida conventual íntegra.

No Carmelo: doenças e provações

Não tendo ainda completado 20 anos, Teresa entrou, às ocultas do pai, que a queria muito, no Convento da Encarnação, das Carmelitas. Razão da escolha: nele tinha uma grande amiga.

Segundo seus contemporâneos, Teresa “tinha particular ar e graça no andar, no falar, no olhar, e em qualquer ação ou gesto que fizesse, ou qualquer estado de espírito que mostrasse. A veste ou roupa que trazia, embora fosse o pobre hábito de saial de sua Ordem ou um farrapo remendado que vestisse, tudo lhe caía bem” 4.

Um ano depois de sua profissão religiosa, Teresa ficou gravemente enferma, sofrendo inúmeros tratamentos nas mãos de médicos, que mais lhe fizeram mal do que bem. Esteve por quase três anos paralítica e foi milagrosamente curada por São José. Entrou depois, como ela mesma o afirma, num estágio de tibieza espiritual que durou 20 anos. Não deveria ser tal, porque mesmo assim recebia imensas graças. Até que um dia, vendo num oratório do convento uma imagem de Nosso Senhor chagado — com aquela vida e realismo que só os espanhóis dos bons tempos eram capazes de reproduzir — ela sentiu tanta compunção, que se prostrou a seus pés, dizendo que não se levantaria enquanto não fosse atendida em seu pedido de melhora. “Estou certa de que me valeu esta súplica, pois fui melhorando muito desde esse dia”. “Por este motivo— afirma — era tão amiga de imagens” 5. Note-se que, na época, percorria a Europa um furor contra as imagens, proveniente das nefastas doutrinas espalhadas por Lutero.

Coração transverberado e outros fenômenos místicos

Os fenômenos místicos que Teresa experimentava deixavam desconcertados seus confessores e diretores, dos quais teve muito que sofrer. Às vezes tinha arroubos e êxtases na igreja, em público, o que era objeto de comentários de toda a pequena Ávila de então. Vêm de Deus? Vêm do demônio? Cada um tinha sua opinião. Foi preciso que dois santos, São Francisco de Bórgia e São Pedro de Alcântara, com sua autoridade, lhe confirmassem a origem divina dessas experiências e a incentivassem a não opor obstáculos à ação do Senhor. Favores místicos, ela recebeu muitos, como o “noivado espiritual”, a transverberação de seu coração por um Serafim e o “desposório místico” com Cristo.

Tormentos terríveis causados pelo demônio

É compreensível que, tendo tantas aparições divinas, algumas vezes o demônio procurasse enganá-la. “Uma vez, num oratório, apareceu-me [o demônio] do lado esquerdo, em abominável figura. […] Outra vez atormentou-me durante cinco horas, com dores tão terríveis e desassossego interior e exterior, que me parecia insuportável. […] De muitos fatos cobrei experiência de que não há coisa de que mais fujam os demônios do que água benta. […] O fato é que já compreendi perfeitamente quão pequeno é o poder dos demônios contra mim, se eu mesma não for contra Deus. Por isso quase não os temo. De nada valem suas forças, a menos que vejam almas covardes que abandonam a luta. Aqui mostram eles sua tirania” 6.

Certo dia foi levada em espírito ao inferno, onde lhe foi mostrado o lugar que mereceria, se não fosse fiel. “Durou brevíssimo tempo. Contudo, ainda que vivesse muitos anos, acho impossível esquecê-lo. […] O tormento interior é tal, que não há palavras para o definir. […] Foi esta, repito, uma das maiores graças que o Senhor me fez. Valeu-me imensamente, quer para perder o medo quanto às tribulações e contradições desta vida, quer para me esforçar em padecê-las e a dar graças ao Senhor por me ter livrado, ao que agora me parece, de males tão perpétuos e terríveis” 7.

Prezava a “Santa Inquisição”

O demônio, costuma-se dizer, é o macaco de Deus. Sempre que há fenômenos sobrenaturais, ele suscita outros preternaturais para que se duvide também dos primeiros. Na época de Santa Teresa houve muitas falsas místicas, desmascaradas pelo Tribunal da Inquisição. Inimigos e até amigos da Santa, almas rasteiras que não compreendiam que outras pudessem subir tanto, a alertavam sobre esse santo Tribunal, hoje tão caluniado. Eis o que Teresa escreveu a respeito, em sua autobiografia:“Poderiam levantar contra mim algum falso testemunho e denunciar-me aos inquisidores. Achei graça na idéia. Fez-me rir, porque neste ponto nunca temi. Tinha consciência de que, em matéria de fé, eu estava pronta a morrer mil vezes para não ir contra a menor cerimônia da Igreja, ou por qualquer verdade da Escritura. […] Em bem mau estado andaria minha alma se nela houvesse coisa de tal natureza, que me fizesse temer a Inquisição. Se eu imaginasse haver necessidade, seria a primeira a ir buscá-la” 8. Ao Padre Gracián, que temia os rumores de que a Inquisição pudesse ir ao recém-fundado convento de Sevilha, por causa de calúnias levantadas por duas ex-noviças, Teresa dizia: “Cale, meu pai, e não tenha medo de que a Santa Inquisição, que Deus tem posta para guardar sua fé, dê desgosto a quem tanta fé tem, como eu” 9.

Fundações de conventos: epopéia memorável

No ano de 1562, Teresa começou a reforma do Carmelo, fundando o Convento de São José, de Ávila, o primeiro a observar em todo seu rigor a antiga regra. Cinco anos mais tarde, visitando o Superior Geral do Carmo esse convento, ficou tão encantado com a santidade que nele via, e com a personalidade de Teresa, que deu a ela licença para fundar outros conventos da observância, inclusive dois de frades. Começou então o período épico das fundações, no qual a indômita Teresa, com algumas companheiras, em carro de lona puxado por burros, pelas rudimentares estradas da época, percorre a Espanha fundando conventos. A descrição que ela faz dessa saga, no Livro das Fundações, mostra o heroísmo e a força de alma que demonstraram a Madre e filhas nessa impressionante aventura.

São João da Cruz, co-fundador, com a Santa, do ramo masculino dos Descalços, teve, como ela, muito que sofrer por isso.

Enfim, “Santa Teresa possui uma das mais belas penas da literatura espanhola. Ela é, além do mais, a escritora mais instintiva produzida pelo gênio espanhol, e talvez pelo gênio cristão. […] A experiência é sua mestra: arrastando-nos a seu próprio caminho, ela nos conduz da tibieza à virtude, à santidade, à contemplação, ao interior mesmo do divino. Sua intuição descobre as molas secretas do homem com a lucidez mais fina; contempla e desvenda as profundezas de Deus na união mística mais íntima. Isso junto com um bom senso sólido e luminoso, com uma franqueza humilde e encantadora, com uma elegância que seduz e cativa, com um arrebatamento alegre e entusiasta: a alegria que nasce do amor. Porque ela é amor e somente amor. Amor ativo, que a leva a fundar dezesseis mosteiros e a faz arder de zelo pelo seu Senhor e pela Igreja” 10.

***

Seriam necessários vários livros para se escrever a obra de Santa Teresa e a decisiva influência que exerceu, não só na Contra-Reforma católica contra o protestantismo, mas na vida futura da Igreja. Essa grande Santa entregou sua alma a Deus em 4 de outubro de 1582. Já em 1614, quando ainda Bem- aventurada, foi escolhida como Patrona da Espanha, de quem é filha grandemente ilustre.

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Os Sete Pecados Capitais: Inveja

Hoje em dia, as pessoas utilizam-se do termo “inveja” de maneira errada. Seu sentido original quer dizer “Caminhar segundo o passo de outra pessoa”. Ter inveja de outra pessoa é tomar seu próprio caminho com base nos esforços e resultados obtidos por outras pessoas. A Inveja como a conhecemos hoje é a parte material do defeito.

São Thomas de Aquino determina cinco características inerentes como sendo Frutos da Inveja:

Exultação pela Adversidade – Diminuir a glória do próximo. Por causa do sentimento de inveja, a pessoa tenta de todas as maneiras diminuir o resultado do trabalho e das glórias das pessoas ao redor.
Detração – Significa falar mal às claras. Possui os efeitos semelhantes aos do murmúrio, com as mesmas intenções, mas mais abertamente. A diferença entre os dois é que a detração está maculada pelo Orgulho de se mostrar como causador do dano.
Ódio – o efeito final da inveja: o invejoso não apenas se entristece pelas conquistas do outro e deseja o fim das glórias e objetivos alcançados pelo próximo, mas passa a desejar o mal sob todos os aspectos para aquela pessoa também.
Aflição pela Prosperidade – A tristeza pela glória do próximo. Ocorre quando não se consegue de nenhuma maneira diminuir as realizações da outra pessoa, então passa a se entristecer com o resultado das conquistas alheias.
Murmuração – Também conhecido como fofoca, consiste em espalhar mentiras, meias-verdades, distorções, mentira (associada à Avareza) ou fatos embaraçosos ou depreciativos em relação à outra pessoa, com o intuito de prejudicar o próximo.

Ser Invejoso é cultivar no próprio coração a semente de uma pessoa que sempre estará a sombra de outros. Para combater esse mal dentro de si, é necessário cultivar as seguintes virtudes:

PACIÊNCIA: A paciência é a capacidade de caminhar no seu próprio ritmo. Não é sinônimo de “lerdeza” ou de “calma” ou de “ir devagar”… ir devagar é para gente devagar! Ter paciência é ter a capacidade de avançar na vida no seu próprio passo.

CARIDADE: A caridade lida com a maneira que tratamos nossos excessos. Ao invés de consumi-los sem necessidade, os doamos para quem não os possui. A caridade não está relacionada apenas a dinheiro, mas aos quatro âmbitos da vida (espiritual, emocional, intelectual e material).

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A História dos Papas: LEÃO XIII

 

Papa Leão XIII, OFS (nascido Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi Pecci Prosperi Buzzi; Carpineto Romano, 2 de Março de 1810 — Roma, 20 de Julho de 1903), foi Papa de 20 de Fevereiro de 1878 até à data de sua morte.

Foi ordenado sacerdote da Igreja Católica em 31 de dezembro de 1837, em 18 de janeiro de 1843 foi indicado Núncio Apostólico para a Bélgica e ordenado bispo titular de Tamiathis em 19 de fevereiro de 1843. Em 27 de julho de 1846 tomou posse como Arcebispo de Perugia, Itália, e em 19 de dezembro de 1853 foi criado cardeal com o título de Cardeal-presbítero de São Crisogno. Foi eleito papa em 20 de fevereiro de 1878 e coroado em 3 de março do mesmo ano.

Foi o sexto filho dos sete filhos do Conde Lodovico Pecci e de sua esposa Anna Prosperi Buzi. Existiram algumas dúvidas sobre a nobreza da família Pecci, e quando o jovem Gioacchino solicita a sua admissão na “Academia dos Nobres em Roma”, se reuniu com uma certa oposição, sob a qual ele escreveu a história de sua família, o que demonstra que os Pecci foram de Carpineto um ramo dos Pecci de Siena, obrigado a emigrar para os Estados Pontifícios na primeira metade do século XVI, em virtude de Clemente VII, porque haviam estado do lado dos Médice.

Aos oito anos de idade, juntamente com seu irmão Giuseppe, de dez anos de idade, foi enviado para estudar no novo centro educativo em Viterbo no seminário. Permaneceu ali seis anos (1818-24), e ali adquiriu aquela clássica facilidade no uso do Latim e do Italiano, justamente admirado em seus escritos oficiais e em seus poemas.

Grande parte deste crédito é devido ao seu mestre, o Padre Leonardo Garibaldi. Quando em 1824, o Colégio Romano foi restituído aos jesuítas Gioacchino e seu irmão Giuseppe estudaram ali humanidades e retórica. No final do curso de retórica Gioacchino foi escolhido para apresentar em latim o tema “O contraste entre pagãos e cristãos de Roma”. Não com menor êxito foram os seus três anos de curso de filosofia e ciências naturais.

É frequente referir-se ao Papa Leão XIII pelas suas doutrinas sociais e econômicas, nas quais ele argumentava a falha do capitalismo e do comunismo. Ficou famoso como o “papa das encíclicas sociais”.

 

A mais conhecida de todas, a Rerum Novarum, de 1891, sobre os direitos e deveres do capital e trabalho, introduziu a ideia da subsidiariedade no pensamento social católico. Esta encíclica marcou o início da sistematização do pensamento social católico, chamado vulgarmente de Doutrina social da Igreja Católica e foi um contributo para o despertar de uma esquerda católica que se via no movimento do socialismo cristão. Este documento influenciou fortemente a criação do Corporativismo e da Democracia cristã.

Mais abaixo, voltaremos a falar desse importante documento.

Concedeu a SAI(Sua Alteza Imperial), a Princesa D. Isabel do Brasil uma Rosa d’Ouro, símbolo de generosidade ao publicar a Lei Áurea.

A bula Apostolicae Curae de 1896, afirma que as ordenações de diáconos, padres e bispos nas igrejas anglicanas, incluindo a Church of England(Igreja Anglicana), não são válidas e portanto nulas. A Igreja Católica, no entanto, reconhece a validade de ordenações na Igreja Ortodoxa de Leste e Oriental.

Dentre muitas outras publicou a encíclica Arcanum Divinae Sapientiae sobre os valores da família, onde faz a abordagem dos problemas relacionados com o matrimônio. Neste documento faz a defesa da indissolubilidade do casamento e críticas ao divórcio. Leão XIII condenou também a Maçonaria e pela Carta Apostólica de 1899 Testem Benevolentiae condenou a heresia chamada Americanismo.

Ele também foi o Papa que proibiu os fiéis católicos de se associarem a Maçonaria e demais organizações secretas, sob pena de excomunhão.

A Visão do Demônio

Curiosa história circulou na época, dizendo que Leão XIIX havia tido uma visão do demônio em um momento de oração.

Transcrevo um artigo que foi publicado na revista: Ephemerides Liturgicae escrito pelo Pe. Domenico Pechenino em 1955, a págs. 58-59.

 

“Não me lembro exatamente do ano. Uma manhã, o grande Pontífice Leão XIII tinha celebrado a Santa Missa e estava a assistir a outra de ação de graças, como de costume. De repente, viu-se ele virar energicamente a cabeça, depois de fixar qualquer coisa intensamente, sobre a cabeça do celebrante. Mantinha-se imóvel, sem pestanejar, mas com uma expressão de terror e de admiração, tendo o seu rosto mudado de cor. Adivinhava-se nele qualquer coisa de estranho, de grande.

 

Finalmente voltando a si, bate ligeira, mas energicamente com a mão, levanta-se. Dirige-se ao seu escritório particular. Os mais próximos seguem-no com preocupação e ansiedade. E perguntam-lhe em voz baixa: Santo Padre, não se sente bem? Precisa se alguma coisa? Responde: “Nada, nada”.

 

Daí a uma meia hora manda chamar o Secretário da Congregação dos Ritos, e estendendo-lhe uma folha de papel, manda fazê-la imprimir e enviar a todos os Ordinários do mundo. Que assunto continha? A oração que rezávamos no fim da missa com o povo, com a súplica a Maria e a invocação ardente ao Príncipe das milícias celestes, implorando a Deus que precipite Satanás no inferno.

 

A oração do Papa Leão XIII de fato existe e é a seguinte:

“São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, sede nosso auxilio contra a malícia e ciladas do demônio. Exerça Deus sobre ele império, como incessantemente vos pedimos, e Vós, Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no Inferno a Satanás e os outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perder as almas”.

Rerum Novarum

Rodeado pelos cardeais de sua mais estrita confiança, o papa Leão XIII dedicou seu tempo a debater e a escrever um documento assinalou uma das viradas mais espetaculares na história da Igreja Católica. O assunto: as condições de vida dos trabalhadores no mundo de hoje.

Evidentemente, o papa não se converteu ao credo ateu e materialista de Karl Marx, o teórico alemão do comunismo. A encíclica – cujo nome é Rerum Novarum, ou seja, “Coisas Novas” – defende a propriedade privada e reforça a habitual condenação do Vaticano às doutrinas baseadas na luta de classes. A novidade está no enérgico aval da Igreja a reivindicações que só freqüentavam apenas os panfletos dos sindicatos europeus: salários justos, redução da jornada de trabalho, descanso remunerado. “O patrão não deve tratar o empregado como escravo, mas respeitar nele sua dignidade de homem e de cristão” recomenda o texto. “Leão XIII ficará conhecido como o papa dos operários”, profetizou um cardeal, entusiasmado. A encíclica, na verdade, trouxe de volta ao catolicismo as levas de trabalhadores que, desesperançados com as promessas de boa vida somente depois da morte, se deixaram seduzir pelos grupos socialistas e anarquistas, que prometem o paraíso na Terra – na forma de revoluções igualitárias violentas.

Quando o cardeal italiano Vincenzo Gioacchino Pecci assumiu o trono de São Pedro com o título de Leão XIII, ninguém poderia prever que o novo papa abriria uma era de transformações na Igreja. “No curso dos séculos a Igreja nunca se amarrou a nenhum cadáver”, explicou Leão XIII numa conversa com um jornalista francês. Em seguida, ressalvou: “Exceto, é claro, um único: o que se vê na cruz”.

 

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Grandes Heróis Católicos: Santo Agostinho

Aurelius Augustinus, mais conhecido como SANTO AGOSTINHO nasce em TAGASTE DE NUMÍDIA, província romana ao norte da África em 13 de novembro de 354; primogênito do pagão Patrício e da fervorosa cristã Mônica. Criança alegre, buliçosa, entusiasta do jogo, travessa e amante da amizade, não gosta muito de estudar porque os mestres usam métodos agressivos e não são sinceros. Ante os adultos se revela como “um menino de grandes esperanças”, com inteligência clara e coração inquieto.

Africano pela lei do solo, romano pela cultura e língua, e cristão por educação.AGOSTINHO, jovem, de temperamento impulsivo e veemente, se entrega com afinco ao estudo e aprende toda a ciência do seu tempo. Chega a ser brilhante professor de retórica em Cartago, Roma e Milão.

Sedento de Verdade e Felicidade

Em sua busca afanosa vive longos anos com ânimo disperso. Vazio de Deus e agarrado pelo pecado, a vontade “sequestrada”, errante e peregrina, “enganado e enganador”.

Mas, seu coração, sempre aberto à verdade, chega ao encontro da graça pelo caminho da interioridade, apoiado pelas orações de sua mãe, que na infância lhe havia marcado com o sinal da cruz.

Coração Sempre Jovem

Estando em Milão, no seu horto; uma voz infantil o anima – “TOMA E LÊ” – a ler as Escrituras, ficando de repente iluminada a sua inteligência com uma luz de segurança e satisfazendo o seu coração – CORAÇÃO HUMANO – coração grande de jovem; era o outono do ano 386.

Deixando a docência, retira-se a CASSICÍACO, recinto de paz e silêncio e põe em prática o Evangelho em profunda amizade compartilhada: vida de quietude, animada somente pela paixão à Verdade. Assim se prepara para ser batizado na Primavera de 387 por Santo Ambrósio.

Inspirador da Vida Religiosa

De novo em Tagaste – a mãe morre no porto de Roma – vende suas posses e projeta seu programa de vida comum: probreza, oração e trabalho. Por seus dotes naturais e títulos de graça, cresce em torno dele um grupo de amizade e funda para a história o Monacato Agostiniano.

No ano 391 é proclamado sacerdote pelo povo, e cinco anos mais tarde, os cristãos de Hipona o apresentam para o Episcopado. Consagrado BISPO DE HIPONA – título de serviço e não de honra – converte a sua residência em casa de oração e tribunal de causas. Inspirador da vida religiosa, pastor de almas, administrador de justiça, defensor da Fé e da Verdade. Prega e escreve de forma infatigável e condensa o pensamento do seu tempo.

O Primeiro Homem Moderno

Em 429 os vândalos, guiados por Genserico atravessam o Estreito de Gibraltar e atacam o norte africano. AGOSTINHO “cercado com o seu povo” sente amargura e luto, alenta o ânimo de seus fiéis e os convida à defesa. No terceiro mês do assédio, aos 76 anos de vida, em 28 de agosto de 430, começa a viver na Cidade de Deus uma vida mais nobre.
Santo Agostinho é considerado o santo protetor dos teólogos, impressores e cervejeiros. Seu dia é 28 de agosto, dia de sua suposta morte.
Algumas obras de Santo Agostinho:

– Da Doutrina Cristã (397-426)
– Confissões (397-398)
– A Cidade de Deus (413-426)
– Da Trindade (400-416)
– Retratações
– De Magistro
– Conhecendo a si mesmo
 Frases e Pensamentos de Santo Agostinho:
– “Se dois amigos pedirem para você julgar uma disputa, não aceite, pois você irá perder um amigo. Porém, se dois estranhos pedirem a mesma coisa, aceite, pois você irá ganhar um amigo.”
– “Milagres não são contrários à natureza, mas apenas contrários ao que entendemos sobre a natureza.”
– “Certamente estamos na mesma categoria das bestas; toda ação da vida animal diz respeito a buscar o prazer e evitar a dor.”
– “Se você acredita no que lhe agrada nos evangelhos e rejeita o que não gosta, não é nos evangelhos que você crê, mas em você.”
– “Ter fé é acreditar nas coisas que você não vê; a recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita.”
– “A pessoa que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar.”
– “A confissão das más ações é o passo inicial para a prática de boas ações.”
– “A verdadeira medida do amor é não ter medida.”
– “Orgulho não é grandeza, mas inchaço. E o que está inchado parece grande, mas não é sadio.”
Oração escrita por Santo Agostinho

 

“Tarde Vos amei,
ó Beleza tão antiga e tão nova,
tarde Vos amei!
Eis que habitáveis dentro de mim,
e eu, lá fora, a procurar-Vos!
Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.
Estáveis comigo e eu não estava Convosco!
Retinha-me longe de Vós
aquilo que não existiria,
se não existisse em Vós.
Porém, chamastes-me,
com uma voz tão forte,
que rompestes a minha Surdez!
Brilhastes, cintilastes,
e logo afugentastes a minha cegueira!
Exalastes Perfume:
respirei-o, a plenos pulmões, suspirando por Vós.
Saboreei-Vos
e, agora, tenho fome e sede de Vós.
Tocastes-me
e ardi, no desejo da Vossa Paz”

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Os Sete Pecados Capitais: Ira

Todo ser humano tem em seu interior um ímpeto, uma força nervosa, gerada por suas emoções mais fortes.

Essa força, se direcionada para atividades físicas, como esportes ou trabalho, é bem aproveitada. Se mal aproveitada, pode ficar se acumulando, e explodir de uma vez. Ou pode ser extravasada no dia a dia, através de uma vida de reações impensadas e agressivas, cujo único propósito é espalhar discórdia e destruição.

É o pecado da Ira.

Muitos se utilizam da Ira para tudo: basta ver os ataques que fanáticos religiosos (teoricamente seguidores de um Jesus Cristo que sempre ensinou a paz, a tolerância e o amor) lançam, de quando em quando, em direção a outras religiões. É o ataque sem motivo, a violência em formas de palavras e agressões físicas.

A ira torna a pessoa furiosa e descontrolada com o desejo de destruir aquilo que provocou sua ira, que é algo que provoca a pessoa.

Segundo a Igreja Católica, a ira não atenta apenas contra os outros, mas pode voltar-se contra aquele que deixa o ódio plantar sementes em seu coração. 

São Thomas de Aquino determina seis características inerentes como sendo frutos da Ira:

Insulto – uma forma de violência verbal, na qual o interlocutor visa ofender ou agredir moralmente o atacado, atingindo algum ponto fraco para humilhar o outro.

 

Perturbação – agitação física e mental produzida por emoções intensas e acumuladas. Um dos maiores problemas na psicologia, a tensão das emoções acumuladas pode gerar todo tipo de problemas no organismo.

 

Indignação – sentimento de ira em relação a uma ofensa ou ação injusta.

 

Clamor – queixa ou súplica em voz alta, reclamação, gritos tumultuosos de reprovação. Quando a Ira extravasa de uma pessoa para um grupo, como se fosse uma entidade.

 

Rixa – briga, desordem, contestação, tumulto. A Rixa tem ligação com o Orgulho.

 

Blasfêmia – difamação do nome de um ou mais deuses. A Ira voltada para dentro de si mesmo.

 

Para combater a Ira, é necessário treinar duas virtudes:

 

HUMILDADE: É necessário lembrar que estamos sempre falando em termos espirituais. Em sua origem, a Humildade (Humilitas) está relacionada a “fazer o seu trabalho sem esperar reconhecimento e sem esperar por recompensas”. Humilde não é sinônimo de “coitadinho”, de “idiota”, de “pobrezinho” e outras tolices que vocês foram forçados a engolir. Uma pessoa humilde não precisa (nem deve) ser um pateta. “Cordeiro Humilde” nas palavras de Jesus significa “Aquele que tem as características de líder e faz o seu trabalho sem esperar reconhecimento”. Bem diferente do coitadinho medíocre que muitos esperam que você seja.

PACIÊNCIA: A paciência é a capacidade de caminhar no seu próprio ritmo. Não é sinônimo de “lerdeza” ou de “calma” ou de “ir devagar”… ir devagar é para gente devagar! Ter paciência é ter a capacidade de avançar na vida no seu próprio passo.

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Grandes Heróis Católicos: Santa Mônica

Santa Mônica – Exemplo de perseverança na oração e modelo de mãe cristã

Santa Mônica nasceu no ano de 332 e  foi a mãe do nosso grande Santo Agostinho.

Os pais de Santa Mônica, muito piedosos, confiaram-lhe a educação a uma senhora de grandes virtudes, ligada à família por íntima amizade.  Embora branda e suave no modo de educar a menina, com firmeza aplicou os princípios sãos da pedagogia cristã, acostumando a educanda às práticas de  uma mortificação prudente e moderada. Regra, cuja observação exigia e que por Santa Mônica era fielmente observada, era não tomar alimento de espécie alguma, a não ser na hora  das refeições.

Apesar deste regime salutar, deixou-se  Mônica  levar por uma natural inclinação ao vinho. Devido à sua sobriedade e espírito de mortificação, era ela de preferência mandada  à adega, buscar vinho para a mesa. A ocasião de levar o precioso e  saboroso líquido, era demais propícia, para que  não fosse  aproveitada pela menina.  Como não houvesse nenhuma reprovação da parte dos pais que, aliás, nada podia suspeitar, Mônica adquiriu o costume de beber vinho.

Deus , porém , enfastiou-a de  um hábito,  que mui facilmente poderia  ter-se transformado num vício pernicioso.  Em uma daquelas contendas, que soem haver na vida familiar e entre a criadagem, Mônica foi ofendida por uma palavra mordaz de uma criada, a qual, num ímpeto de raiva, a chamou de beberrona, dizendo  que não havia mais em casa que não soubesse das libações clandestinas. Mônica, não tanto pela ofensa que sofrera, porém, mais pelo conhecimento do seu proceder incorreto, tomou a  resolução de  abster-se completamente do vinho, propósito  que cumpriu  rigorosamente.

Pouco depois, recebeu o santo Batismo, cuja graça conservou por toda a  vida, pela pureza da fé e  pela santidade de  vida.  Grande foi a sua caridade  para com os pobres. Sabendo que era difícil conservar-se na graça de Deus, evitava  os divertimentos profanos, fugia das ocasiões perigosas e desprezava as  exigências e extravagâncias da moda.

Tendo chegado à cidade própria, os pais casaram-na  com um cidadão de  Tagaste, na África, de nome Patrício, que era filho de  família ilustre, mas pobre, pagão e  homem de sentimentos  rudes. O caráter indômito e violento do marido era para a esposa uma fonte de sofrimentos e  provações,  as mais duras.  Mônica sofreu tudo  com paciência e mansidão, não respondendo a Patrício, senão por obras de uma caridade  sem limites e pela oração.

Longe de  se  queixar ou prestar ouvido às más línguas, que procuravam semear-lhe discórdias  no lar, Mônica defendia o marido e não tolerava que o difamassem em sua presença. Deus recompensou esta dedicação, tendo Mônica a satisfação de ver a conversão do marido. Do seu matrimônio, Mônica teve dois filhos, Agostinho e Navígio e uma filha Perpétua,  que se fez  religiosa.  O mais velho, Agostinho,  causou grandes amarguras  à mãe, até que enfim,  pela conversão e completa  mudança de vida, se lhe tornou uma  glória.

Embora não lhe deixasse faltar bons  conselhos e apesar de o educar  nos princípios  da Religião Católica, a vivacidade, a inconstância e  a  volubilidade  do filho inspiravam à boa mãe sérios cuidados e  abriram-lhe  uma expectativa pouco lisonjeira para o futuro do menino. Por este motivo e temendo que perdesse a graça do Batismo, não o apresentou para ser batizado. Os fatos provaram como eram fundados  os receios  da mãe. Agostinho desde os verdes anos se  inclinou para o mal e mais tarde se  filiou à seita dos Maniqueus.

Dezessete anos contava Agostinho, quando perdeu o pai. Para continuar os estudos, dirigiu-se  para Cartago. O Coração de Mônica sofreu atrozmente com as  notícias  desoladoras, que continuamente  recebia do filho. Tão magoada ficou, que chegou a fechar a  este  a porta da sua casa. Deus, porém,  consolou-a em visões misteriosas, mostrando-lhe a futura conversão de Agostinho. Confortada desta sorte, consentiu que este tornasse a morar em sua casa e lhe assentasse à mesa.

Nem assim deixou de rezar constantemente pela conversão do filho e  pedir a outros que o mesmo fizessem. Recomendou-o a diversos bispos, entre estes a um, que também tinha pertencido à seita dos Maniqueus. Este muito a animou, dizendo-lhe: “O coração de  teu filho não está ainda preparado, mas Deus determinará o momento. Vai e  continua a rezar: é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”.

De fato, soou a hora da conversão de  Agostinho. Este que era a lente da arte retórica em Cartago, começou a  conhecer os erros da  seita dos Maniqueus e  a experimentar nojo dos seus vícios. De Cartago dirigiu-se Para Roma e  de lá para Milão, onde Santo Ambrósio era Bispo.

Sabendo do plano de  seu filho, de ir para Roma, Mônica quis acompanhá-lo. Agostinho, porém,  soube habilmente se  furtar à companhia da mãe. Sem avisar, tomou outro navio e quando ela chegou ao lugar do embarque, ele  já havia partido.

Mônica sabendo da mudança do filho para Milão seguiu-o e teve o consolo de ouvir de Santo Ambrósio, que o filho já se tinha convertido. Em 387 receberam Agostinho, seu filho Adeodato e  o amigo Alípio o santo Batismo.

Agostinho resolveu então voltar, com a mãe para a África. Chegando a Ostia, disse-lhe ela:  “Vendo-te hoje cristão Católico, nada mais me resta a  fazer neste mundo”.  Caiu em uma doença grave e morreu, tendo alcançado a  idade de 56 anos. O Filho Agostinho, nas suas célebres “Confissões” , erigiu um monumento indelével à memória da santa mãe.

O Papa  Alexandre III colocou o  nome de Santa Mônica entre Santos da  Igreja Católica. Sob o pontificado de Martinho V (1430) foi o  corpo de Santa Mônica transportado para  Roma e  depositado na Igreja de Santo Agostinho.

A devoção a  Santa Mônica tomou novo incremento pelo fato de  ser ela declarada Padroeira das Associações das Mães Cristãs. De Santa Mônica podem as mães aprender o interesse que devem ter pela  salvação dos filhos.

Santa Mônica tinha mau marido e  mau filho.  Ambos se  converteram devendo-se atribuir-lhes  a conversão,  à paciência, à caridade, às penitências e  orações da  santa esposa e mãe.  A conversão de um pecador  é um grande milagre, que só de Deus se pode esperar, pelas obras de piedade, nunca, porém, pela impaciência, por palavras pesadas, imprecações, pragas  e  maldições.

O dia em que se comemora sua vida de santidade é 27 de agosto.

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Confissão e Penitência

A instituição da Confissão é comprovada legitimamente dos textos que conferem o poder das chaves a Igreja, poder que deve ser exercido a modo de juízo. Tal juízo, não pode ser proferido sem a prévia manifestação dos pecados, pois 1) um juízo prudente e sábio não pode ser proferido sem prévio conhecimento de causa e 2) esta não pode ser conhecida sem a confissão do penitente, visto ser ele o único que tem realmente conhecimento do próprio pecado e de sua malícia.

Não se trata apenas de declarar perdoados os pecados, vistas as boas disposições do penitente. Em Jo 20, 21ss, Jesus declara que a missão dada aos Apóstolos é semelhante à que recebeu do Pai. Ora, Cristo não apenas prega a remissão dos pecados ou os declara perdoados, mas perdoa-os. Portanto, assim também os Apóstolos e seus legítimos sucessores não somente declaram o perdão, mas perdoam, realmente, em nome de Cristo: ‘Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos’.

Durante a vida, deparamo-nos com tentações contra a pureza, que não podem ser vencidas a não ser pela fuga. ‘Levamos o nosso tesouro em vasos quebradiços’, nos diz a Sagrada Escritura. Vidros de fina composição só com grande cautela podem ser levados juntos de uma só vez. A pureza do coração é coisa tão delicada, que só com grande cuidado pode ser conservada. Para não perder este precioso tesouro, é preciso que fujamos de todas as ocasiões, que fazem a virtude da pureza perigar. É preciso que renunciemos aos vis prazeres do mundo, não concedendo liberdade aos membros, que exigem pela natural inclinação, quer seja o amor à carne, o apego aos bens, a maldade, etc . Jesus, conhecendo a nossa fraqueza, foi extremamente bondoso ao instituir o sacramento da confissão, conferindo aos Apóstolos e Sacerdotes da Igreja, o poder de perdoar pecados. No confessionário, temos a plena convicção do perdão. Ali a alma entra doente e suja, sai sã e límpida. Infeliz do homem que dá ao mundo os seus dias da mocidade, reservando-lhe apenas o fim da vida. Ao fim da peregrinação, cada um terá de se apresentar ao Criador. Que será de nós se lá chegarmos com a alma imunda e de mãos vazias? Aproveitemos, portanto, a graça da confissão enquanto ainda caminhamos neste mundo.

Para que façamos uma boa confissão é preciso:

1. Exame de consciência e ato de contrição, ou seja, rezar e refletir sobre seus pecados.

2. Arrependimento sincero pelas ofensas feitas contra Deus e os irmãos.

3. Firme propósito de não mais pecar.

4. Confessar os pecados aos Sacerdote.

5. Cumprir a penitência imposta pelo padre ao término da confissão.

ATO DE CONTRIÇÃO

Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes vós quem sois sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de vos ter ofendido; pesa-me também por ter perdido o céu e merecido o inferno e proponho firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender e espero alcançar o perdão das minhas culpas, pela vossa infinita misericórdia. Amém.

COMO CONFESSAR?

O orgulho nos leva à falsa convicção de que não temos pecados. Devemos ter a humildade de reconhecer nossas faltas e de as confessar ao Sacerdote. Não raras vezes é comum encontrarmos dificuldades em nos recordarmos dos pecados cometidos. Por ser um fato frequente, leia os Mandamentos da Lei de Deus e siga o roteiro abaixo descrito, que servirá como um verdadeiro auxílio para revisão de vida:

EXAME DE CONSCIÊNCIA (com base nos 10 Mandamentos)

1º. Amar a Deus sobre todas as coisas.

– Tive vergonha de testemunhar meu amor a Deus?

– Fui relaxado e não cultivei minha união com Deus? Não fiz a leitura e meditação da Palavra?

– Revoltei-me contra Deus nas horas difíceis. Alimentei supertições?

– Durante o dia nunca ou raramente dirijo o pensamento a Deus. Faltei à oração de cada dia?

– Duvidei da presença de Deus em minha vida? não alimentei minha fé?

– Não fui fiel à oração com minha esposa/esposo e filhos?

2º. Não tomar o nome de Deus em vão.

– Jurei falsamente ou jurei desnecessariamente?

– Usei o Nome de Deus ou símbolos religiosos sem o devido respeito?

– Busquei a Deus e a Igreja somente nas horas de necessidade?

3º. Guardar os Domingos e dias Santos.

– Faltei à Missa aos Domingos e dias Santos por preguiça, por conveniência?

– Vivi meu Domingo para comer, beber, dormir e ver televisão?

– Sem precisar, entreguei-me ao trabalho aos Domingos?

– Obriguei meus funcionários ao trabalho aos Domingos?

– Não usei dos Domingos para estar com minha família, para visitar alguém?

4º. Honrar pai e mãe.

– Agredi meu pai ou minha mãe com palavras, gestos, atitudes?

– Descuidei-me deles na hora da doença ou na velhice?

– Não procurei ser compreensivo com eles?

– Deixei passar longo tempo sem visitá-los?

– Por orgulho, tive vergonha de meus pais?

5º. Não matar.

– Pratiquei o aborto, fui cúmplice ou apoiei alguém que abortou?

– Usei drogas, fui além dos limites na bebida alcoólica e no cigarro?

– Não cuidei da minha saúde ou da saúde das pessoas que dependem de mim?

– Feri as pessoas com olhar, ou as agredi fisicamente ou grosseiramente?

– Alimentei desejos de vingança, ódio, revoltas e desejei mal aos outros?

– Neguei o perdão a alguém;

– Não gastei, ao menos um pouquinho de meu dinheiro, para ajudar aos necessitados?

– Pensei ou tentei o suicídio?

– Fui racista e preconceituoso, ou não combati o racismo e os preconceitos?

6º. Não pecar contra a castidade.

– Descuidei em lutar pela minha santificação?

– Não disciplinei os meus sentidos, instintos, vontade?

– Dei espaço à sensualidade, erotismo, pornografia?

– Gastei tempo e dinheiro com filmes, revistas, espetáculos e sites da internet desonestos?

– Caí na masturbação?

– Assediei alguma pessoa, induzi alguém ao pecado?

– Vesti-me de maneira provocante?

– Entrei na casa do Senhor com trajes inadequados?

– Fui malicioso em minhas relações de amizade?

7º. Não furtar.

– Aceitei ou comprei algo que foi roubado?

– Estraguei bens públicos ou de outras pessoas?

– Desperdicei dinheiro em jogos, bebidas e diversões desonestas?

– Prejudiquei alguém, usando de pesos e medidas falsas, enganando nas mercadorias e negócios?

– Explorei alguma pessoa ou não paguei o justo salário?

– Não administrei direito meus bens e deixei de pagar minhas dívidas?

8º. Não levantar falso testemunho.

– Envolvi-me em mentiras, difamações, calúnias, maus comentários, fiz mau juízo dos outros?

– Fingi doença ou piedade para enganar os outros?

– Desprezei pessoas simples, pobres e idosas, deficientes físicos ou mentais?

– Dei maus exemplos contra a Religião, na família, na escola, na rua, no trabalho?

9º. Não cobiçar a mulher do próximo.

– Alimentei fantasias desonestas, envolvendo outras pessoas?

– Deixei de valorizar meu cônjuge?

– Pratiquei adultério (uniões sexuais antes ou fora do casamento)?

– Não soube desenvolver um namoro maduro e responsável, enganando a (o) namorada (o)?

– Não fugi das ocasiões ou lugares próximos do pecado?

10º. Não cobiçar as coisas alheias.

– Tenho sido invejoso?

– Apoiei movimentos políticos que se organizam com o fim de invadir e tomar as propriedades alheias?

– Violei segredos, usei de mentiras, ou não tenho combatido o egoísmo?

– Sou dominador, não aceitando a opinião ou sucesso dos outros?

– Fico descontente ou com raiva diante da prosperidade material e financeira de meu próximo?

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O Sacramento do Crisma

A Turma de crismandos 2011 da Paróquia Mãe e Rainha está chegando na reta final de seus encontros.

Portanto, é chegada à hora deste blog começar a tratar do sacramento da crisma em si.

Temos abaixo um texto bastante esclarecedor sobre o assunto.

Necessidade da Crisma

Não devemos confundir a crisma (que é um sacramento), com o crisma (que é o óleo para ungir). Crisma é uma palavra que vem do grego, e é aparentado com o nome Cristo (isto é, ungido). O crisma é consagrado pelo Bispo na quinta-feira santa.

 

Nos primeiros séculos do cristianismo, a crisma era administrada ordinariamente logo depois do batismo, sendo chamado também de confirmação. Na crisma, Jesus Cristo nos torna cheios do Espírito Santo, que nos assiste afim de que saibamos confessar a nossa fé com constância e convicção, e defendê-la com coragem.

 

Ele deve dar-nos força, para a luta contra os inimigos da nossa salvação: o demônio, as más inclinações que estão dentro de nós, e de nos tornarmos capazes de cooperar na salvação do mundo.

 

Pela graça da crisma tornamo-nos soldados de Jesus Cristo. A crisma é por assim dizer o acabamento do batismo. A palavra “confirmação”, sinônimo de “crisma”, significa justamente: corroboração, fortalecimento.

 

A crisma imprime em nossa alma um sinal indelével chamado “caráter”. Este sinal é como que o selo de que somos soldados de Cristo e cooperadores do seu reino. E com a força do Espírito Santo, nós poderemos cumprir a nossa missão de crismados.

 

Toda pessoa batizada deve também receber a crisma. Quem não recebe por culpa própria, peca por fazer pouco caso do Espírito Santo e de seus dons. Embora, há que se ressaltar que a crisma não é absolutamente necessária para a salvação

 

“Não sejamos mais crianças jogadas pelas ondas ,e levadas para cá e para lá por qualquer vento de doutrina, à mercê da astúcia dos homens, e da sua insidiosa malícia a serviço do erro, mas pelo contrário, atendo-nos à verdade, cresçamos em todos os sentidos pela caridade, para sermos como aquele que é cabeça ,Cristo”(Ef 4,14 15).

 

 

Autor: Carlos Serozini

 

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Grandes Heróis Católicos: São Roque

 

Ontem, 16 de agosto, foi o dia da festa de São Roque.

Roque é um santo francês que é lembrado como protetor contra doenças infecciosas e contagiosas (acho que fui redundante aqui…)

Tive a oportunidade de ver a festa deste santo na cidade do interior de São Paulo que leva seu nome.

São Roque – SP é uma cidade pequena mas que possui povo acolhedor e alegre. É a trigésima cidade mais antiga do Brasil e a décima do nosso estado.

A festa de São roque segue o esquema da maioria das festas de padroeiros: uma missa seguida de uma procissão. Entretanto, poucas vezes estive em uma missa tão bonita quando a de ontem e em uma procissão tão bem organizada. Quem me conhece sabe que não curto procissões. Mas a de ontem me emocionou.

A história do santos também merece destaque. Por isso, resolvi escolher ele para iniciar a série de matérias sobre a vida dos santos que faremos neste blog. Confira abaixo:

A História de São Roque

Montpellier, na França, foi no ano de 1295, cenário e berço do nascimento de um de seus mais ilustres filhos; Roque! O nobre Fidalgo João e sua esposa Libéria, aguardavam com ansiedade a chegada dessa criança, era afinal, uma benção desejada.
Roque foi levado a pia Batismal, já nos primeiros dias de vida; sua mãe Libéria, era mulher virtuosa, mulher de fé e piedosa, que via naquele frágil bebê, um sinal de amor de Deus.
O pequeno Roque teve uma educação primorosa, estudou nos melhores colégios e herdou de sua mãe os mais vivos sentimentos de fé, e vida de oração.
Quando completou vinte anos, foi duramente provado com a morte repentina de seus pais, vendo-se sozinho e com uma herança invejável, sentiu em seu coração um forte apelo ao despojamento. Dispos de todos os seus bens móveis em favor dos mais necessitados e os imóveis foram entregues aos cuidados de seu tio; Roque em condições de pobre peregrino dirigiu-se a Roma.
Quando Roque chegou a Aguapendente, na Toscana, uma terrível epidemia (Peste Negra) se alastrava, e nosso jovem peregrino ofereceu-se prontamente para tratar dos doentes que lotavam as enfermarias dos hospitais.
De Aguapendente seguiu para Caesena e Rimini, por toda parte onde chegava o jovem Roque, via-se desaparecer a terrível epidemia, como que a fugir do Santo.
Foi em Roma que a caridade de Roque achou um novo campo de ação, dedicando-se durante 3 anos, ao tratamento dos pobres e abandonados doentes. Depois voltou aos lugares onde já tinha estado, e seu zelo escolhia entre os mais doentes, mais abonados, sempre nutrindo o desejo ardente de poder oferecer a Deus o sacrifício da vida.
Por várias vezes foi provado pela doença e em todas, o Senhor conservou-lhe a vida, no que todos reconheceram uma especial proteção Divina.
Na Itália, Roque conheceu o carisma franciscano e fez votos na Ordem Terceira, como irmão penitente.
Restabelecidas as forças, Roque seguiu para Piacenza, onde a Peste dizimava a população. Com uma abnegação, que lhe era peculiar, dedicou-se ao serviço de enfermeiro no hospital, sendo também atingido pelo terrível mal. Após um sono profundo, foi acometido duma febre violenta e atormentado por uma dor fortíssima na perna esquerda, causando-lhe uma terrível chaga.
Roque aceitou a doença, como uma Graça Divina, as dores chegaram, porém, a tal ponto que fizeram chorar e gritar continuamente.
Em pouco tempo, Roque, viu-se abandonado e desprezado por todos, decidiu em seu coração, não se tornar um peso para ninguém. Com muito custo arrastou-se até um bosque e lá se acomodou em uma cabana abandonada.
Confiando no Senhor e entregando-se a sua Divina Providência, Roque experimentou o amor de Deus, que todos os dias enviava um cão para alimentá-lo, trazendo um pão tirado da mesa do Fidalgo Gottardo.
Certa manhã Gottardo, observando as atitudes do cão, resolveu segui-lo e qual não foi sua surpresa ao encontrá-lo na choupana em companhia de Roque. Assim todos descobriram o paradeiro do Santo.
Gottardo ficou algum tempo em companhia de Roque e este, sentindo-se restabelecido de suas forças decidiu voltar para sua terra natal.
A França, por aquele tempo, estava em guerra, e assim se explica que Roque, lá chegando fosse tomado por espião.
O sofrimento e a dor tinham deixado marcas significativas em seu rosto, em seu corpo, que até o próprio Tio, que era o juiz da cidade, não o reconheceu e condenou-o à prisão.
Toda essa humilhação, Roque aceitou sem protesto algum, e todas as injustiças sofridas, ofereceu por amor a Jesus e pela conversão dos pecadores.
Por cinco anos permaneceu encarcerado sem que ninguém o reconhecesse foi acometido por uma grave e terminal enfermidade, lá no cárcere recebeu os Santos Sacramentos.
Confessou sua identidade ao Sacerdote, exalava de seu corpo um suave perfume de santidade que se espalhou por todo o presídio, Roque com seus 32 anos, entregou sua santa alma ao Senhor humilde e silenciosamente, era o ano de 1327.
(O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuído foi a cura do seu carcereiro, que se chamava Justino e era manco de uma perna. Ao tocar no corpo de Roque, para verificar se estaria morto realmente, sentindo algo estranho percebeu sua perna milagrosamente curada).
Seu sepultamento foi marcado por muitas honras e grandes milagres, agora reconhecido com nobre filho de Montpelier. Tempos mais tarde seus restos mortais foram transladados para Veneza, onde seus devotos lhe erigiram um belo templo.
Assegura-se que por intercessão de São Roque, muitas cidades foram poupadas da peste, entre elas Constança, na ocasião em que dentro dos muros se lhe reunia o grande concílio, em 1414.
O povo católico sempre nutriu especial confiança em devoção a São Roque e venera-o como padroeiro poderoso contra epidemias.

Oração de São Roque

São Roque, que vos dedicastes com todo o amor aos doentes contagiados pela peste, embora também a tenhais contraído, daí-nos paciência no sofrimento e na dor. São Roque protegei não só a mim, mas também aos meus irmãos e irmãs, livrando-nos das doenças infecciosas. Enquanto eu estiver em condições de me dedicar aos meus irmãos, proponho-me ajudá-los em suas reais necessidades, aliviando um pouco o seu sofrimento. São Roque, abençoai os médicos, fortalecei os enfermeiros e atendentes dos hospitais e defendei a todos da doenças e do perigos. Amém.

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Poema: Estação Eterna

 

Tudo há de passar…
Guerras, fome e intrigas.
Tudo mais, do além, que nos faça desistir.
Os sonhos que libertam das prisões, almas cuja dor oprimia.
Já se dissipam as formas, e toda condenação, rompeu-se pelo perdão.

As lágrimas começam a cair.
E palpitam o rosto a sorrir.
Tudo se cura com o toque do amor.

Tudo se muda quando chega o amor.
Pois já não há feridas no coração.
Pois eis que o amor venceu o pecado.
E é por isso que estou ao seu lado.

E mesmo na dor, fiel estarei.
E, sei que nunca te negarei.
E sempre, para sempre, te amo!
Sei o quanto e por quando caminhamos.
Sei das feridas, da dor e do pranto.
Mas, o amor é a estação bela e eterna.
Nos cura das feridas e faz da vida uma festa.

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